Resenha #28 - Put Some Farofa
- João Andrade
- 17 de fev. de 2015
- 2 min de leitura
Título original: Put Some Farofa
Páginas: 203
Autor: Gregório Duvivier Editora: Companhia das Letras Assunto: “crônicas e esquetes”
É impossível ler a coletânea do Gregório e não se encantar com pelo menos um dos seus textos. Em se tratando das crônicas não houve uma que eu desgostasse, a escolha das minhas favoritas foi definida por detalhes, mas uma se destacou de todas as outras. Estrategicamente coloca como texto que finaliza o livro, “Spoilers”, foi de longe a minha favorita, ao ponto de eu desistir de marcar os trechos marcantes, porque todos os trechos eram.

Outro detalhe que talvez chame atenção do público é a presença de esquetes escritas pelo Gregório, para o Porta dos Fundos, intercalados entre as crônicas. Não vou negar que isso me incomodou um pouco, talvez pelo fato de eu acompanhar o canal desde a estreia e ter assistido a todos os vídeos. Os esquetes talvez tenham tido algum apela como curiosidade para mim, mas conhecer o desfecho de todos tirou toda a graça.
Porém, crônicas como “Put Some Farofa”, que dá título ao livro e simula um diálogo entre um brasileiro e um gringo durante a copa, salvaram a publicação para mim. A acidez do autor se faz presente em praticamente todas, inclusive nas em que ele faz críticas a si mesmo e ao seu trabalho.

Algumas das crônicas são disponibilizadas online no site da Folha de São Paulo e valem a pena serem conferidas, até mesmo para aqueles que estão na dúvida de comprar ou não o livro. São textos curtos e super fáceis de serem lidos. Um verdadeiro suflê de Limão, ácido, leve e digerido rápido em meio a curtas garfadas. Lido, por mim, em 2 dias, entre os quais tentei prolongar a leitura o máximo que pude, chegando a interrompê-la sempre entre uma crônica e outra para novas leituras, mas retornando brevemente às farofadas das quais não conseguia manter distância.

A Companhia das Letras fez um excelente trabalho gráfico com o livro. A estética passa um pouco da estranheza da personalidade do autor e ao mesmo tempo um pouco da brasilidade tropical, colorida e espalhafatosa típica do povo da farofa. A editora mandou melhor ainda no preço o qual disponibilizaram o livro, tornando mais acessível a obra de um dos melhores cronistas, poetas e comediantes brasileiros contemporâneos.

Um livro para quem gosta de crônica e/ou do Gregório e/ou do Porta dos Fundos ou, também, para quem não gosta de nada disso - se é que essa pessoa existe. Deixo vocês com esse vídeo da Companhia que me convenceu de que eu precisava desesperadamente desse livro na minha estante:

E você, já leu Put Some Farofa? Qual a sua crônica/esquete favorita do livro? Comente conosco!
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