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Resenha #25 - Noturno

  • João Andrade
  • 3 de fev. de 2015
  • 3 min de leitura

Título original: The Strain

Páginas: 463 Autores: Guilhermo Del Toro e Chuck Hogan Editora: Rocco Assunto: “Finalmente vampiros decentes”

Noturno remonta o meu eu há 5 anos atrás começando a investir no mundo da leitura. Era o começo da minha odisseia com os livros, eu mal tinha lido Harry Potter e ansiava por mais, apenas um detalhe me afastava dele: o valor. Na época o livro custava algo em torno de 40 reais, e, nem eu tinha dinheiro suficiente para isso nem meus pais estariam dispostos a desembolsar essa quantia por um único livro. O tempo passou, eu esqueci e há uns 2 anos eu voltei a ouvir falar da Trilogia da Escuridão, a qual esse livro inicia, mas eu já não carregava mais o interesse de antigamente, até que em uma bela bienal de 2013, aqui no Recife, eu encontro acidentalmente Noturno por 10 reais - ¼ do valor original -. Mesmo sem interesse não tinha como deixar aquele livro abandonado no Centro de Convenções.


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Demorou 2 anos e a produção de uma série de TV para que eu criasse coragem de pegar no livro. E devo dizer que, mesmo com minhas expectativas de infância, ele não me decepcionou.


A escrita em alguns pontos me lembrou um pouco da de Stephen King, um deles é a divisão da história em vários pontos de vista, apesar de que, no caso de Noturno, esse aspecto me incomodava pelo exagero. Talvez tenha sido um resquício de roteirista de cinema remanescente no Del Toro. O livro também tem uma linguagem muito cinematográfica e visual, mas, diferente de Legend, não me aborreceu. O detalhismo da narrativa é no ponto certo. Nem de mais nem de menos, ajudando a história a avançar no ritmo em que ela precisava ser escrita: lenta, gradual e, paradoxalmente, agitada, exatamente como acontece à dispersão do vírus.


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A história é centrada em Eph, funcionário do Centro de Controle de Doenças, tendo que lidar com um avião transatlântico, carregando 206 passageiros, que após aterrissar no aeroposto JFK se apaga, desde as luzes ao motor. Apenas 4 passageiros saem vivos do que pode ser um vírus tão devastador quanto jamais foi visto.


Por trazer, como foco, o ponto de vista de um Doutor, toda a epidemia vampiresca é abordada de uma forma muito cientifica e biológica. Cada detalhe é minuciosamente analisado trazendo à beira da realidade os vampiros que rondam o imaginário popular. Em contrapartida as análises do Dr. Ephraim e de sua colega de trabalho Nora, temos também o ponto de vista de um velho caçador de vampiros, Abraham Setrakian, que traz a perspectiva sobrenatural da invasão vampiresca.


Recentemente o livro ganhou uma adaptação em formato de série pelo canal FX. Do meu ponto de vista, as duas mídias funcionam muito bem individual e coletivamente. Na séria, algumas mudanças no sequenciamento do livro foram feitas, tendo, na maioria dos casos, funcionado muito bem, enquanto que em outros casos abriram espaço para algumas falhas no roteiro. No entanto, a adaptação tem êxito no que em muitas outras adaptações falham, nos acréscimos. Nesse caso, praticamente todas as adições feitas para prolongar a narrativa foram muito bem dispostas. A série consegue ser tão empolgante quanto o livro e o supera no quesito visual, não só por se tratar de um retrato ótico do livro, mas pela fidelidade às descrições, as quais casam perfeitamente com o tipo de mídia visual.



Se você está cansado de vampiros que brilham e de zumbis se arrastando está esperando o que para pegar esse livro?! Não se esqueça de deixar seus comentários.

 
 
 

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