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Resenha #24 - Mentirosos

  • João Andrade
  • 22 de jan. de 2015
  • 3 min de leitura

Título original: We Were Liars

Páginas: 272 Autora: E. Lockhart Editora: Seguinte Assunto: “Forninhos no Chão Tremendo, Rosanna”

Ainda é janeiro, eu sei, mas já considero seguro afirmar que Mentirosos foi o melhor YA que já li esse ano, talvez na vida. E. Lockhart conseguiu driblar John Green, David Levithan e tantos outros autores desse gênero que ocupavam minha lista de favoritos. Como ela fez isso? Sendo genial, na ideia, na narrativa, na escrita e na sensibilidade renovada a cada curto capítulo.


2015 já se provou, precocemente, um ano de grandes leituras. Li Virginia, Proust, Clarice, isso estando ainda no primeiro mês, e, é claro, que Mentiroso não ficariam fora dessa lista de livros incríveis, cada qual em destaque dentro do seu próprio gênero.


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Como a maioria dos últimos livros resenhados recentemente aqui no blog (vide Garota Exemplar) Mentirosos é um daqueles livros que é melhor, como disseram todos os vlogers gringos insistentemente, ler sem saber muito da história. Como era de se esperar, todos estavam certos. Então, vou apenas contar o básico.


Mentirosos 101: Cadence é uma Sinclair, uma família muito rica e eminente norte americana, na qual todos são loiros, altos, magros, lindos e perfeitos. Ah! Um pequeno detalhe: eles passam seus verões numa ilha particular (tipo a Ilha de Caras, só que Sinclair). Junto com uma prima, um primo e o meio-irmão dele, Cade forma um grupo chamado: Mentirosos. Ela sofreu um acidente na ilha há dois verões e perdeu todas as memórias ligadas a aquele verão, agora está retornando pela primeira vez após o incidente em busca de respostas. Não passarei disso por achar que já fui longe demais.


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Um dos principais pontos negativos que me apontaram da leitura foi o começo lento, mas isso não me incomodou de forma alguma. A escrita poética de E. Lockhart, que em momentos abandona a prosa e escreve em versos, conforme pede a narrativa, me encantou tanto que eu não vi a passagem das páginas até o derradeiro desfecho.


Não vou mentir e dizer que fui surpreendido no final. Passado pouco da metade, eu notei um padrão no livro, mas, mesmo eu tendo previsto a conclusão do mistério, o livro não perdeu seu valor. Mentirosos não está nem perto de ser previsível, até hoje eu não entendo como eu cheguei a perceber esse tal padrão. Foi tão repentino que não pude evitar o choque ao perceber o rumo que a história tomava.


Os projetos gráfico e estético do livro foram muito bem trabalhados. A capa, apesar de terem alterado, segue o mesmo padrão da original, e, eu arriscaria dizer, ficou ainda melhor. A Seguinte ainda resolveu ousar e colocar em prática um projeto digital num fórum online onde pessoas que concluíram a leitura do livro podem discutir sofre suas experiências e teorias. Não sei se iniciativa foi independente ou baseada em algum marketing da editora original do livro, mas mesmo assim foi inteligente ter trazido para cá. Minha única queixa é contra a quarta-capa que ficou meio estranha com o sombreamento nas palavras recortando a imagem, achei pouco visualmente apelativo.


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Para finalizar, uma música fantástica que me lembrou da narrativa em vários aspectos, principalmente no da fuga dessa imagem padronizada de perfeição da sociedade:



St. Vincent é amor. Annie Clark é vida. Mentirosos é destruição. E seu comentário é fundamental.


 
 
 

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