Resenha #23 - Garoto Encontra Garoto
- João Andrade
- 15 de jan. de 2015
- 2 min de leitura
Título original: Boy Meets Boy
Páginas: 239 Autor: David Levithan Editora: Galera Record Assunto: Amor
Depois de 11 anos do lançamento original, 3 anos de espera da minha parte e uma tentativa frustrada de ler o livro em inglês, a Galera Record finalmente lançou Garoto Encontra Garoto, um livro que aborda um tema, que infelizmente ainda é tabu no Brasil, de uma forma tão bem humorada que já mostra a que veio pelo título, o qual é uma brincadeira com o clichê norte-americano do “Garoto encontra Garota”. O resto do livro não fica para trás nesse joguete com os clichês.

Tudo começa com Paul, fazendo a linha santo, indo até a casa de Tony para um grupo de estudos bíblicos. Ou pelo menos é isso que os pais - evangélicos extremistas - de Tony pensam. Na verdade eles e Joni, amiga hétera, estão indo a um show numa livraria. Lá, Paul conhece Noah e a história se desenrola a partir desse encontro. Vale ressaltar que a escola em que estudam e cidade em que vivem foge - by Miles - do convencional: “Líderes de torcida andam de moto, a rainha do baile é uma quarterback drag-queen, e a aliança gay-hétero ajudou os garotos héteros a aprenderem a dançar”. Paul dedica a vida a resolver os problemas dos amigos e, justamente, por essa “mania” que ele acaba perdendo Noah e tendo que reconquista-lo com a ajuda de Tony, Infinite Darlene, a drag-queen quarterback, e alguns outros novos amigos que ele faz durante a narrativa.
Qualquer coisa que eu diga pode não ser muito confiável, tenho uma afeição muito grande por David Levithan e não nego. Admito inclusive que isso talvez afete meu julgamento. Porém, fatos são fatos e Garoto Encontra Garoto é, definitivamente, um livro lindamente escrito, altamente relacionável (independente de sexualidade), um romance que se vende como queer literature, mas descreve os sentimentos que não tem sexo e se valem em qualquer natureza.
O primeiro romance publicado pelo Levithan se tornou definitivamente meu livro favorito do autor até o momento, desbancando Todo Dia e outros lidos por mim. O livro causou alguns protestos por parte de conservadores direitista no EUA, o motivo, naturalmente, é o fato de se tratar de um romance gay escrito para o público Jovem Adulto. No Brasil, eu não ouvi falar sobre nenhum fuzuê a cerca do livro, talvez por que a publicidade em cima dele foi modesta o suficiente para não chamar atenção da “família brasileira”.

São 239 páginas, que, não importa o quanto eu tenha adiado, se passaram rápido demais. O que me resta no momento é sentar e esperar pelos próximos lançamentos anunciados pela Galera Record, Two Boys Kissing, Dash & Lily e Naomi & Ely’s No Kiss List.
Livro muito mais do que recomendado. Se você for um pouco conservador, vale a pena deixar a mente pelo menos entreaberta, quem sabe Levithan não te convence que amor é amor independente dos rótulos que colocamos.
E, você, o que achou do livro? Tem outro preferido do David Levithan? Deixe seu comentário! Ele é muito importante para nós.
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