Resenha #15 - O Sangue do Olimpo
- João Andrade
- 19 de nov. de 2014
- 3 min de leitura
Título original: The Blood of Olympus Autor: Rick Riordan Editora: Intrínseca Nº de páginas: 420 Assunto: "Receita de bolo"
É meio estranho fazer resenha de um 5º volume por várias razões: 1) eu não fiz resenha de nenhum outro; 2) não posso falar muito da sinopse; 3) spoilers e por aí vão. Mas esse foi o único livro que li nas últimas semanas, corridas semanas, então é o que tem para hoje.

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- Pausa para o desabafo: Minha história com RR -
Creio que devo começar alardeando a respeito da minha relação amor/ódio com Rick Riordan. Ele teve uma sacada genial ao criar a concepção de toda sua série estruturada na mitologia grega, mas, no entanto, todavia, e mais uma vez convoco aqui todas as conjunções de oposição, ele não soube executar bem o plano. Não estou dizendo que Percy Jackson e os Olimpianos seja de todo mal, apenas alertando ao fato de todos os cinco livros serem praticamente iguais na infraestrutura. Tudo bem que a macroestrutura muda em cada livro, mas ver aquela receita de bolo por trás de cada reviravolta me incomodava profundamente. E digo isso enquanto fã (eu gosto de bolo), até porque li o 1º livro de PJO no finalzinho de 2010 e de lá pra cá já reli a série toda três vezes e o Ladrão de Raios, li 4.
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Agora, vamos ao que interessa: Os Heróis do Olimpo – O Sangue do Olimpo. Tenho uma preferência descarada por essa série, gosto muito da forma como a escrita de Riordan amadureceu e, principalmente, a forma como ele traz pontos de vistas diferentes, o que, para mim, dá uma quebrada na mesmice dos outros livros. Claro que sendo um livro do tio Rick, O Sangue do Olimpo não foge a regra, e, mais uma vez, existe um mapa fixo por debaixo da narrativa.
Sobre a edição tudo que tenho a dizer é que foi feita nas coxas. A correria para o lançamento simultâneo do livro abriu espaço para alguns erros não poderiam ter passado despercebidos. Erros esses tão gritante que chamam a atenção de leitores desatentos como eu e que deveriam ter sido notados tendo em vista que passou pelas mãos de dois revisores. (Vamos ver isso aí, Intríseca!)
Os capítulos de Nico foram revigorantes. Foi muito interessante entender o que se passava na cabeça dele depois da grande revelação do livro anterior. Nico foi também um dos poucos personagens que tiveram um final satisfatório. Os capítulos de Reyna também não deixaram a desejar. E a aventura dos dois devolvendo a estátua de 12 metros da Atena Partenos foi o que sustentou o livro inteiro, sempre que chegava a algum bloco de capítulo de um dos dois eu desacelerava o ritmo para evitar que acabassem.

Para o final “final” de uma série tão grandiosa, que no geral tem 10 livros, muitas coisas deixaram a desejar. Primeiro, teve como de costume a correria para se resolver praticamente um continente de problemas, os quais eles sempre estavam atrasados. Segundo, o desfecho extremamente rápido de uma das maiores ameaças já enfrentadas por todos. A meu ver, eles passaram mais tempo lutando contra um único gigante durante os primeiros livros que lutando contra todos os gigantes reunidos e afins no último.
Nas considerações finais: um livro que definitivamente poderia e merecia mais páginas e um novo final. Apesar de não ter sido de todo bom, o livro merece sim uma avaliação positiva, se não por ele, por todo conjunto da obra. Não sou simpatizante de Rick Riordan, mas é inegável a importância que ele teve ao introduzir boa parte dessa geração pós-Potter à literatura.
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