Resenha #12 - Maze Runner - Correr ou Morrer
- João Andrade
- 4 de out. de 2014
- 3 min de leitura
Título original: Maze Runner
Autor: James Dashner
Editora: Vergara e Riba
Nº de páginas: 426
Assunto: "Thomas"
"Ao acordar dentro de um escuro elevador em movimento, a única coisa que Thomas consegue lembrar é de seu nome. Mas ele não está sozinho. Quando a caixa metálica chega a seu destino e as portas se abrem, Thomas se vê rodeado por garotos que o acolhem e o apresentam 'A Clareira', um espaço aberto cercado por muros gigantescos. Todas manhãs as portas de pedra do Labirinto que os cerca se abrem, e, à noite, se fecham. E que a cada trinta dias um novo garoto é entregue pelo elevador. Porém, um fato altera de forma radical a rotina do lugar - chega uma garota, a primeira enviada à Clareira. E mais surpreendente ainda é a mensagem que ela traz consigo."

Vamos relevar e fingir que Maze Runner – Correr ou Morrer ainda não estreou nos cinemas. Nesse cenário, como no real eu ainda não assisti ao filme (shame on me!), então falarei exclusivamente sobre o livro e, quando assistir a adaptação, eu adicionarei um adendo no final da resenha.
Já fazia algum tempo que eu tinha vontade de ler Maze Runner, antes mesmo de ficar sabendo que seria adaptado, mas a preguiça era maior que a curiosidade. Então, veio a divulgação do filme, veio o elenco “destruidor” sendo anunciado e a vontade tomou forma. Finalmente, eu li o livro.
A narrativa é em 3º pessoa, apesar disso ela é toda centrada no ponto de vista de Thomas, cujas lembranças foram apagadas, e ele se encontra dentro de uma caixa escura subindo sabe lá Deus para onde. A única coisa que ele lembra é o próprio nome. Quando a viagem acaba ele se encontra dentro de uma Clareira, cercado de garotos. Dali em diante é labirinto, estranhamento, regras quebradas, amizades superficiais, mas contraditoriamente profundas. A ordem necessariamente não altera o resultado geral. Então, no dia seguinte o elevador sobe novamente, dessa vez na data errada, e dentro dele há uma garota, a primeira a aparecer na Clareira. Na mão dela um papel com um misterioso recado. (Em caso de confusão consultar a sinopse no começo da resenha).
Deparei-me com alguns erros na edição, coisa bem bestas, mas que poderiam ter sido evitadas. Tudo bem o livro se passar em outra realidade, os erros nos diálogos são até toleráveis, afinal é uma distopia, a linguagem é outra. Porém, em se tratando de um narrador observador não havia espaço para erros no corpo integral do texto.
A história é bem legal, mesmo sendo ‘outra’ distopia, essa é relativamente original em alguns aspectos. O que mais me incomodou foi: 1) A infantilidade com que o autor tratou algumas coisas. Por exemplo: ele se propõe a criar um vocabulário novo, mas as palavras são meio porcas, aparentemente pouco trabalhadas e sem sentido, talvez seja da tradução, mas a impressão que foi essa. 2) A construção da aparência dos personagens, o autor faz questão de bestializar os personagens desagraveis e enaltecer a estética dos bonzinhos, coisa que até os livros infanto-juvenil tem abolido ultimamente.
Como ponto positivo, temos: 1) A escrita pragmática do autor, ele não é de muitos rodeios. 2) O mistério é muito bem construído e, apesar de ser segurado até as últimas páginas, é instigante e me fez querer continuar lendo o livro apesar dos pesares. 3) A personalidade de Thomas é muito bem construída, já a dos outros protagonistas ficaram meio vagas. 4) O final do livro é COMPLETAMENTE INESPERADO, a narrativa simplesmente não acaba quando terminar, o epílogo fez valer as últimas páginas de marasmo e previsibilidade.
Antes que eu me esqueça, o livro é o primeiro de uma trilogia + prequel (narrativa dos eventos anteriores aos do 1º livro, geralmente lançado após o último volume), logo, ainda haverá outros volumes parar, provavelmente, corrigir esses problemas estruturais.
Você já leu? Vai ler? Leu todos?! Comente aqui o que achou, talvez sirva de motivação para me fazer pegar as continuações antes do que planejo.
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