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Resenha #7 - Precisamos Falar Sobre o Kevin

  • Camila Rodrigues
  • 15 de set. de 2014
  • 2 min de leitura

Título original: We Need to Talk About Kevin Autora: Lionel Shriver Editora: Intrínseca Nº de páginas: 463 Assunto: Drama

Precisamos Falar sobre o Kevin é um livro de escrita "crua", emotiva, psicológica, com a exposição de sentimentos humanos de modo intenso, apesar de ser bastante detalhista, o que particularmente me cansou. Porém, a escolha de abordagem para o enredo da história não deixa a desejar. Lionel aborda um tema considerado tabu no seu livro e lança a proposta de que algumas crianças são simplesmente más relatando casos de jovens psicopatas, e como tal assunto é visto perante a sociedade.

O livro é composto de cartas escritas pela personagem Eva para o seu ex-marido, Franklin, e nelas relata o presente e relembra o passado muito antes do acontecimento que chocou toda a cidade e a família.

Ela é uma mulher independente, que ama seu trabalho e tem que abrir mão de tudo com a chegada de Kevin. É discrepante, como a narração das cartas deixa claro o fato dela não amar o filho, apesar de nunca isso ser confirmado de fato, e de ela acreditar que o filho também não a ama. A falta de ligação com o filho trás consequências para seu casamento, pois do outro lado existe um pai totalmente amoroso e dedicado. Franklin vê Kevin como o filho dos sonhos, o protegendo de qualquer acusação e o menino assume esse posto na relação entre os dois. Mas, com a mãe nada é tão perfeito assim, o garoto é praticamente narrado por ela como um monstro, passando a maior parte do tempo tentando convencer seu marido da existência da maldade no próprio filho.

As cartas narram, desde a gravidez de Eva até os 15 anos do garoto, oito meses depois do clímax da história, onde Kevin surpreende o mundo com o seu "grande show” sangrento e calculista.

A obra é pura psicologia, durante o livro você se sente em um camarote para um dilema familiar assolado pela ameaça de um psicopata mirim. Sua adaptação cinematográfica estreou na Mostra Competitiva de Cannes em 2011, estrelado por Tilda Swinton e Ezra Miller; E, mais tarde, foi eleito o melhor do Festival de Londres. Se preparem para intensidade e a veracidade de emoções contida nas paginas de Precisamos falar sobre o Kevin.

Apenas um trecho: “É sempre culpa da mãe, não é?', disse ela, bem baixinho, pegando o casaco. 'Aquele menino deu errado porque a mãe dele bebia, ou se drogava. Ela deixava o garoto solto na rua; ela não ensinou a ele o é certo e o que é errado. Nunca estava em casa quando ele chegava da escola. Ninguém nunca diz que o pai era um bêbado, ou que o pai nunca estava em casa quando o garoto voltava da escola. E ninguém jamais diz que alguns desses garotos simplesmente não prestam e pronto. Não vá você acreditar nessa balela. Não deixe que eles ponham nas suas costas essa matança toda.'”


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