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Resenha #6 - Depois do Funeral

  • Talyta Lino
  • 12 de set. de 2014
  • 2 min de leitura

Título original: After the Funeral

Autora: Agatha Christie

Editora: Círculo do Livro

Nº de páginas: 228

Assunto: Romance Policial

Tia Christie killed it! Digo... Literalmente!

A história, realmente, faz jus ao título do livro, visto que começa após o funeral de Richard Abernethie, um senhor excessivamente rico, que “supostamente” morrera de uma doença muito rara.


Seus parentes e o amigo da família, Sr. Entwhistle, chegam à mansão dos Abernethie, antes habitada pelo atual falecido, e, pela narrativa, todos parecem estar bastante conformados com a morte, um pouco tristes talvez, mas, com certeza, conformados. Não houve menção, pela autora, sobre lágrima alguma sendo derramada na ocasião. Os parentes estão mais interessados em outro assunto: A herança deixada pelo velho.


“Quando Richard morreu, apesar de eu ter ficado triste... Ele era meu irmão... Não pude deixar de sentir alívio em relação ao meu futuro.” - Palavras do próprio irmão do falecido, dias após sua morte. (Com uma família dessas, quem precisa de inimigos?)


Até então, nas primeiras páginas, não há sombra de dúvidas que a morte fora proveniente da doença.


A história só passa a exigir que nós a observemos por outro ângulo quando Cora Lansquenet, a pobre e imatura irmã de Richard, dá a entender em uma conversa que ele fora assassinado. A partir deste momento, o que antes era uma história monótona e desinteressante passa a ser, para o leitor, uma fonte de suspeitas e polêmicas.


O Sr. Entwhistle, advogado e amigo do falecido, obviamente, fica intrigado com a possibilidade de ter sido um assassinato e resolve ir a fundo na história.


Agora, um pouco sobre minhas impressões:

Fiquei desconfiada de todos os personagens, inclusive do Sr. Entwhistle. Pensei logo em um possível distúrbio de personalidade como no filme O Amigo Oculto, e, embora eu tenha, por vezes, desconfiado dele (mesmo sem motivos para isso, simplesmente porque eu estava paranoica, desconfiando de todos), ele é um dos meus personagens preferidos da trama, perdendo apenas para a tola e desequilibrada Cora.


O Sr. Entwhistle é irônico algumas vezes. É aquele tipo de pessoa que, após falar algo seríssimo, remata com: Foi brincadeirinha!

Se na minha última resenha sobre A abadia de Northanger eu disse que o final foi muito previsível, chegando a compará-lo com um conto de fadas mal-acabado (maldade), nesta admito que não há nada de previsível no desfecho da história.

Fiquei chocada, minha gente! Tia Christie, bicha, a senhora era destruidora mesmo, viu?!

Não é à toa que ela é considerada a “rainha do crime”.

A escrita, verdadeiramente, me surpreendeu pela fluidez e precisão. Na narrativa, a autora não fez rodeio para descrever uma situação, como muitos autores fazem (não estou reclamando sobre a famosa técnica de encher linguiça que alguns escritores desenvolvem em seus livros. Eu até aprecio, contanto que não me deixe tonta por causa tanto rodeio).

Fica claro que a intenção dela não era “brincar com o leitor” fazendo com que este procure termos rebuscados e incompreensíveis em dicionários por causa das ornamentações exageradas da linguagem. Muito pelo contrário, ela abusou da simplicidade fazendo com que os leitores, que não são amantes do estilo cultista, não sintam vertigens ao ler a primeira página.

Para finalizar...

Livro recomendado!


/Talyta L.


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