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Resenha #3 - Laços de Família

  • João Andrade
  • 31 de ago. de 2014
  • 3 min de leitura

Título original: Laços de Família

Autor: Clarice Lispector

Editora: Rocco

Nº de páginas: 136

Assunto: Literatura Nacional - Contos

Já faz um tempo (não vou mentir) que eu tinha começado o Desafio dos 10 Clássicos do Vestibular. Mas, esse é o único que li até o momento, então creio que o “roubo” ainda seja aceitável.


Não tenho muito que falar do livro, a não ser que Clarice não só samba, ela puxa uma escola de samba inteira na cara da literatura brasileira. Nesse livro em especial, que é considerado a melhor coletânea de contos da era pós-machadiana, Clarice morreu muitas vidas. Sim, morreu muitas vidas. E não, a maioria dos protagonistas não morre. Digo que ela morre muitas vidas, pois enquanto viva ela costumava dizer que ao final de cada texto ela morria, se sentia "oca", vazia, até que finalmente surgisse inspiração para a próxima produção literária.

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(Abro um parêntese para me desculpar pela repetição do nome dela, mas faço pela sua memória. Clarisse detestava rótulos, em especial o de escritora, que todos lhe punham. Ela só queria ser uma pessoa que escrevia)


Como dito, Laços de Família se trata de uma reunião de contos de Clarice. Logo, não vou perder aqui um parágrafo precioso narrando a trajetória de personagens específicos. Permita-me apenas colocar que a escrita de Clarice, tanto nesse como em qualquer outro livro dela, é divina. E esse livro foi um dos que me tocou. Em que a mensagem que ela tenta passar foi encontrada na minha interpretação. Posso não ter entendido de todo, mas gosto de pensar que entendi boa parte.


A maioria dos contos narra a historia de pessoas que encontram algum estranhamento durante suas rotinas e se perdem dentro de seus fluxos de consciência*. Aparentemente, são fatos vivenciados por Clarice na época. Mas, não são todos sobre pessoas, como é o caso de “Uma Galinha” um dos meus contos favoritos, no qual, pelo nome já se infere, trata-se da historia de uma galinha. Já outro dos meus favoritos é “A Menor Mulher do Mundo”, narra, em vários ambitos da sociedade, a descoberta de uma mulher com 41 cm, desde o ponto de vista do explorador que a descobriu até as reações dos cidadãos em suas casas ao receberem a noticia. Mas, o meu favorito absoluto é “Feliz Aniversario”, esse expõe a desconstrução, com detalhes, de uma festa de uma senhora completando 89 anos que segue rumos inesperados, devo dizer: MELHOR FESTA DE ANIVERSÁRIO DA VIDA!


Resumindo em poucas palavras, o livro é fantástico. Indico de olhos fechados. Passado o primeiro conto, que é meio complicadinho, o restante são de mais fácil entendimento. Queria aproveitar e indicar mais Clarice. Primeiro, indico a crônica “Mineirinho”, seja pra vestibular ou não, acredito que todos deveriam ler e refletir a respeito do tema. E fecho essa “resenha” meio mal estruturada e fora dos padrões, indicando o livro “A Hora da Estrela”, ultimo livro de Clarice e também um dos mais cobrados pelo vestibular, tendo, inclusive, caído em duas questões do Enem no ano de 2013.


* – é uma técnica de escrita muito utilizada por Clarice e por vários outros autores, como Virginia Woolf. Onde os pensamentos dos narradores, geralmente personagens, são colocados em primeiro plano sobrepondo a própria narrativa dos fatos.


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